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Writer's pictureKatherina Cordás

Crenças e comidas de ano novo ao redor do mundo

Updated: Dec 23, 2018

Tempo de leitura: 4 minutos


No Brasil temos diversas crenças sobre o que comer no ano novo: sementes de romã, lentilhas para boa fortuna, uvas, champanhe, folha de louro. Aves? Nem pensar pois ciscam para trás. As crenças de reveillon são diversas e muitas delas também existem pelo mundo a fora.

Japão: Osechi Ryori, Soba, Mochi

No Japão existem diferentes tradições associadas ao ano novo. Uma delas é o Osechi Ryori, uma variedade de pratos servidos em uma caixa, semelhante ao bentô, em que cada um dos ingredientes tem uma simbologia especial associada a passagem do ano. Um exemplo é a Kurikinton, um purê de castanhas com batata doce. Outro prato bastante famoso é o Kazunoko ou ovas de arenque, que simbolizam prosperidade e fertilidade.

Outro costume entre algumas famílias japonesas é o macarrão soba, uma tradição que existe desde o século XVII e que simboliza longevidade e prosperidade. É tradição também cozinhar Mochi (foto) entre amigos e família - bolinhos de arroz glutinoso que são cozidos no vapor e em seguida separados em pequenas bolinhas para a sobremesa.

Áustria e Alemanha: Porco de Marzipã

Na Áustria e na Alemanha a tradição de ano novo é um porquinho. O costume é comer, presentear e decorar a mesa com variedades de doces com formato de porco, pois estes trazem sorte e dinheiro no ano que esta por vir. O mais tradicional é o porquinho de marzipã, uma massa deliciosa de amêndoas encontrada aos montes nas confeitarias destes países nesta época do ano.

Coreia do Sul: Tteokguk

Na Coreia do sul o ano novo é uma das festas mais significativas do país. Comemorado no primeiro dia do calendário lunar, durante três dias, uma das atividades inclui reverenciar os ancestrais e os mais velhos com comida e bebida. Após os rituais as famílias se reúnem para comer o Tteokguk, uma sopa de pequenas bolas de arroz cortadas em fatias finas com carne e vegetais. Acredita-se que o Tteokguk trará sorte no próximo ano, além de significar o ganho de mais um ano de vida.



Tamales | Foto: Alex Lau
Tamales | Foto: Alex Lau
México: Tamales e Menudo
Menudo
Menudo

No México os Tamales são comidos quase sempre, mas na época das festas sua aparição é indispensável. Tamales tem origem na Mesoamerica entre 8000 e 5000 a.c. e ao que tudo indica os Maias já consumiam este prato em festas no Período Pré-clássico (1000-250 a.C.). Feito com uma massa a base de milho, pode ser cozido no vapor ou fervido envolto em folha de milho, mandioca ou bananeira. Pode ser comido salgado ou doce, com ingredientes como pimenta, carnes, verduras, frutas e por aí vai. No final do ano as famílias, principalmente as mulheres, se unem para fazer centenas de pacotes de tamales para distribuir. Nesta época ele é servido com outro clássico do réveillon mexicano, o Menudo, uma sopa de tripa de vaca considerada uma cura para a ressaca.




Itália: Cotechino con Lenticchie

Na Itália a véspera de ano novo, também conhecida como Notte di San Silvestro, é celebrada com uma farta ceia, assim como muitas outras festas italianas. O prato indispensável, servido a meia noite para trazer sorte, é o cotechino con lenticchie, um ensopado de cotechino (um embutido de carne e pele de porco com especiarias, originário de Modena) cozido com lentilhas que representam riqueza e boa fortuna. Diz a lenda que quanto mais lentilhas você comer, mais rico ficará.


El Salvador: Ovo crú

A tradição em El Salvador é cada um quebrar à meia noite um ovo em um copo de água e na manhã seguinte o formato da gema trará respostas sobre seu novo ano.


Turquia: Romã

Na Turquia se serve Romã no ano novo como um símbolo de prosperidade, fertilidade e abundância. Quantas mais sementes explodirem na boca, mais boa fortuna você terá. São servidas muitas vezes com cotechino (o mesmo embutido de porco citado acima) que também simboliza fartura para o ano que esta por vir.

Iran: Kuku sabzi

O Kuku sabzi, uma espécie de frittata lotada de ervas frescas, é costume no ano novo persa que acontece no curso do equinócio da primavera. O prato promete abundância e fertilidade. O ano novo persa é chamado de Noruz e marca a renovação da natureza. Geralmente é comemorado no dia 21 de março, mas pode mudar dependendo do dia do equinócio.

China: Tang Yuan

Tang Yuan são bolinhos de arroz glutinoso cozidos ou fritos, que podem ser recheados ou não e normalmente são servidos com uma calda. Simbolizam união e família e são muito consumidos em festas chinesas principalmente no ano novo, que acontece em 16 de fevereiro.

Espanha: Doze uvas

Na Espanha é tradição comer doze uvas à meia noite, uma a cada toque do relógio. Algumas pessoas inclusive já as descascam e guardam as sementes para evitar problemas. Aparentemente quanto mais doces forem, melhor será seu ano. O costume começou na virada do século 20 e foi supostamente pensado pelos produtores de uva do sul do país que estavam com uma safra abundante. Desde então a tradição se espalhou por diversos países da América Latina.

Israel: Gefilte fish, Challah, Tzimmes e Lekach

O Rosh Hashaná marca o início do ano novo judaico e é festejado durante dois dias com uma farta refeição repleta de simbologias. Algumas delas são: Gefilte fish (um tipo de bolinho de peixe acompanhado de molho de raiz forte e beterraba) prato tipicamente judaico que simboliza fartura e sobrevivência. Challah, um pão trançado que representa o ciclo da vida. Tzimmes, uma cenoura agridoce que simboliza um ano novo doce. Lekach, um bolo de mel que representa doçura, prosperidade e saúde para o próximo ano.

Além destes, diversos outros simbolismos existem a mesa judaica, como a tradição de comer a cabeça do peixe assada, simbolizando sempre estar no topo e nunca no rabo.

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que belissima revisão, adorei!

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